Temos aqui um faroeste macabro e sanguinário, com um dos personagens mais interessantes que você já leu. E é claro que estou falando do vilão.

© Alfaguara
O protagonista sem nome é o kid, um jovem que abandona sua casa para andar pelo mundo. Irá encontrar pessoas interessantes e horríveis, bem como situações estranhas e inacreditáveis enquanto vaga pelo sul dos Estados Unidos da América e México, durante o século XIX. Lá pelo meio da história junta-se a um grupo de caçadores de escalpo, mercenários contratados por governadores para lutar contra os índios apaches em seus territórios.
Segue-se um banho de sangue e violência de ambas as partes, onde o grupo se torna o personagem principal. Kid desaparece do texto e só é mencionado nos momentos em que se afasta de seus companheiros, seja durante uma refrega ou seja porque ficou para trás. Quando se junta a eles, some de novo.
Dois personagens polarizam o bando de matadores, o líder do grupo, Glanton, violento, estúpido e auto-destrutivo, e o Juiz Holden, um gigante albino sem um único pêlo em todo seu corpo. Erudito, poliglota e capaz de diplomacia em qualquer situação, é responsável por algumas das cenas mais perturbadoras do livro, tamanha sua desumanidade. O crítico americano Harold Bloom classifica Holden como “a figura mais assustadora de toda a literatura americana” (Como e Por que Ler – Editora Objetiva).
“Ele tirou a camisa. Havia grudado na pele e um pus amarelo corria. Seu braço inchara do tamanho da coxa e estava com descolorações contrastantes e pequenos vermes se agitavam na ferida aberta. Ele empurrou a camisa no buraco e se curvou e bebeu. Pg. 75”
Por que ler?
Cormac McCarthy além de ser um escritor de mão cheia, aplaudido por especialistas e comparado a mestres do ramo, também é um ótimo contador de histórias, sempre com um pé no bizarro. Poucos livros conseguem te chacoalhar tanto quanto o material dele; no meu caso o compararia apenas a Dostoievski, que também escreveu romances que me fizeram refletir sobre o que estava fazendo com minha vida.
O único porém em Meridiano de Sangue são as descrições exageradas, em um ou dois parágrafos são interessantes, poéticas até, mas quando se estendem por páginas e páginas ficam bem cansativas.

© Alfaguara
Meridiano de Sangue
Cormac McCarthy
Editora Alfaguara
351 páginas
R$ 49,00
Meridiano de Sangue
Temos aqui um faroeste macabro e sanguinário, com um dos personagens mais interessantes que você já leu. E é claro que estou falando do vilão.
Já li uma edição da Companhia das Letras com o título Meridiano Sangrento.jpg
© Alfaguara
O protagonista sem nome é o kid, um jovem que abandona sua casa para andar pelo mundo. Irá encontrar pessoas interessantes e horríveis, bem como situações estranhas e inacreditáveis enquanto vaga pelo sul dos Estados Unidos da América e México, durante o século XIX. Lá pelo meio da história junta-se a um grupo de caçadores de escalpo, mercenários contratados por governadores para lutar contra os índios apaches em seus territórios.
Segue-se um banho de sangue e violência de ambas as partes, onde o grupo se torna o personagem principal. Kid desaparece do texto e só é mencionado nos momentos em que se afasta de seus companheiros, seja durante uma refrega ou seja porque ficou para trás. Quando se junta a eles, some de novo.
Dois personagens polarizam o bando de matadores, o líder do grupo, Glanton, violento, estúpido e auto-destrutivo, e o Juiz Holden, um gigante albino sem um único pelo em todo seu corpo. Erudito, poliglota e capaz de diplomacia em qualquer situações, é responsável por algumas das cenas mais perturbadoras do livro, tamanha sua desumanidade. O crítico americano Harold Bloom classifica Holden como “a figura mais assustadora de toda a literatura americana” (Como e Por que Ler – Editora Objetiva).
“Ele tirou a camisa. Havia grudado na pele e um pus amarelo corria. Seu braço inchara do tamanho da coxa e estava com descolorações contrastantes e pequenos vermes se agitavam na ferida aberta. Ele empurrou a camisa no buraco e se curvou e bebeu. Pg. 75”
Por que ler?
Cormac McCarthy, além de ser um escritor de mão cheia, aplaudido por especialistas e comparado a mestres do ramo, também é um ótimo contador de histórias, sempre com um pé no bizarro. Poucos livros conseguem te chacoalhar tanto quanto o material dele; no meu caso o compararia apenas a Dostoievski, que também escreveu romances que me fizeram refletir sobre o que estava fazendo com minha vida.
O único porém em Meridiano de Sangue são as descrições exageradas, em um ou dois parágrafos são interessantes, poéticas até, mas quando se estendem por páginas e páginas ficam bem cansativas.
Gostei mais da tradução da outra editora – agora falta ler a obra no original.jpg
© Alfaguara
Meridiano de Sangue http://www.objetiva.com.br/livro_ficha.php?id=703
Cormac McCarthy
Editora Alfaguara
351 páginas
R$ 49,00